quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Crush Crush -- parte 4

Ela comeu, e eu fiquei ali admirando aquela paisagem. Como eu queria que aquele sonho tivesse sido realidade. Mas não foi. E eu tinha que parar de pensar naquilo.

Ela terminou de comer, e ficamos nos olhando por um bom tempo. Foi um pouco estranho. Eu queria saber o que ela estava pensando, e acho que ela tambem queria saber o que eu pensava. Sorte a minha que ela não sabe. Ou sabe ? Meu Deus, agora vou ficar paranoica. Espero que ela não saiba. 
Aquilo ficou por um bom tempo, em silêncio, até que ela começou a dar um sorrisinho, que me asustou um pouco. Por que ela estava rindo ?

-O que foi ? - perguntei curiosa
-O que foi o que ? - ela perguntou confusa, ainda rindo.
-Você ta rindo ... ta rindo de que ? - eu estava começando a ficar bolada.
-Eu to rindo dos meus pensamentos... - explicou.
-E o que você ta pensando ?
-Que você é bem curiosa né ? - e deu uma risadinha. Eu fiz cara feia. - eu só tava pensando em como eu vim parar no seu apartamento, na sua cama, com você. Eu só te conheci hoje.
-Bom, seria pior se fosse um homem, não seria ? O que pode acontecer com duas mulheres ? - eu sabia muito bem o que pódia acontecer, mas perguntei mesmo assim.
-Bom, talvez para as pessoas de fora, seria pior se fosse um homem. E com duas mulheres pode acontecer muita coisa... - ela explicou. Eu fiquei meio confusa. Será que ela gosta de mulheres também ? - Mas agora tenho que ir embora menina. Eu tenho que ir pra casa e dar comida pra minha gatinha.
-Ah, ta bom então. - falei triste, e ela percebeu.
Ela foi chegando perto de mim. Eu estava de pé, apoiada na bancada. Ela estava do outro lado, começou a dar a volta e veio até mim. Ficou por trás, encostou a boca no meu ouvido e deu uma mordidinha, depois agradeceu por eu ter chamado-a para dormir ali. e continuou pr trás de mim. Desceu a mão até minha cintura, e eu tinha me esquecido de trocar de roupa, eu ainda estava só de calcinha, e com a blusa branca, que a propósito, é bem transparente de dia. 
Mas continuando, ela ficou com a mão na minha sintura e começou a beijar minha nuca. O que estava acontecendo ali, eu fiquei paralisada. Será que eu estava sonhando de novo ? Pra verificar, fiz uma coisa que eu fazia quando era criança, me belisquei. E doeu. O que eu ia fazer ?
Acho que ela percebeu minha exitação, e começou a se afastar, ela encostou na pia que era logo atrás, e eu me virei para ela. Abaixei minha cabeça.

-Me desculpe... é melhor eu ir - ela falou envergonhada.
-Ah, não. Não precisa ir agora. É ... bom, é que ... eu não to muito acostumada com isso. - falei mais envergonhada ainda.

Ela fez uma cara de quem estava pensando em algo, e depois foi me ajudou a limpar as coisas ali. Sem falar nada, voltou para o quarto pra trocar de roupa e voltou arrumada. Eu ainda estava na bancada. Ela parou na minha rente e me olhou.

-Então ... a gente se vê de novo ? - perguntou meio sem jeito.

Eu não respondi. Só fui ate ela, parei bem perto do rosto, tomei mais um pouco de coragem e a beijei. É, eu a beijei. E foi muito bom. Era tão gostoso. Era tão gostosa. Ela me agarrou pela cintura e me apertou contra ela. Mas de repente se afastou.
-Me desculpa. - dessa vez eu pedi desculpa.
-Tudo bem. - ela disse rindo. - mas você ainda é menor de idade, então é considerado pedofilia, e eu tenho que ir embora mesmo. Até mais menina.

Ela nem me deu tempo de me despedir. Saiu e desceu as escadas correndo, ao sair eu a acompanhei pela janela. Ela pegou o carro e foi.
E pensando sozinha, não conseguia ter a minima ideia do que tinha acontecido hoje. Foi tudo tão estranho. Talvez seja só um sonho. Talvez eu acorde daqui a pouco e esteja sozinha na minha cama.
 E como eu não tinha mais nada pra fazer, voltei a dormir.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Crush Crush -- parte 3

-Então, o que vamos fazer ? - perguntou com segundas intenções. Eu não sabia o que responder. - bom, você parece estar cansada, melhor dormir mesmo né ? Onde eu vou dormir- eu respondi com uma cara cansada. Apaguei as luzes e me deitei ao lado dela. 
-Vai dormir comigo uai. - ao terminar de falar eu me virei e ela me abraçou por trás.

E então eu fiquei ali, com ela me abraçando. Eu delirando com aquele hálito doce no meu pescoço. Mas de repente comecei a sentir uma mãozinha descendo pela minha barriga, entrou por baixo da blusa, começou a subir, e subir. Eu tava ficando com medo. Eu deveria fazer aquilo ou não ? Ela quase tocou nos meus seios, e desceu a mão de novo, dessa vez ela parou no meu umbigo. Ficou um tempinho ali e depois começou a mexer na ponta da minha calcinha. Eu não queria aquilo, então resolvi tentar fazer alguma coisa. Me virei e olhei naqueles olhos lindos, brilhando, olhando pra mim. Não resisti. Eu a beijei. Mas foi com um fogo que eu mesma me surpreendi. Eu desejava aqueles lábis nos meus. Aquela lingua na minha. Eu tava indo pro céu. Eu abri os olhos e minha vista começou a ficar embaçada e eu ouvia algo estranho. E ela parecia se distanciar de mim. De repente ouço um barulho conhecido e levanto com o susto. Era o despertador.
Já estava de manhã, eram 8:00. Tudo claro. Ela deitada do meu lado, e só então percebi que era um sonho. Um lindo sonho que não se tornaria realidade. 
Eu ainda estava morrendo de sono. E ela nem acordou com o despertador. Também, pela hora que fomos dormir. Mas mesmo assim eu levantei, fiz minhas higiênes e fui fazer um café da manhã. Panquecas e bacon. Isso está me lembrando filmes americanos. Fiz um suco natural de laranja e tomei o café. Eu não a acordaria agora. Está muito cedo. 
Mas enquanto eu pensava nisso, quem me aparece na porta ? Ela mesma. Com uma cara de sono maravilhosamente linda. Os olhos mal se abriam. E a boca, depois de bocejar longamente, disse um bom dia, com a voz rouca e sexy.

-Não precisa levantar agora, são 8 da manhã ainda. Você nem dormiu direito. - eu disse preocupada. Daqui a pouco ela ia desmaiar de sono.
-Ah, eu tenho que ir embora. E você já levantou também... - disse recompondo-se.
-Ah, que pena, não queria que você fosse embora agora. Mas o café ja está pronto.
-Huuum, parece uma delicia. O cheiro tambem. - disso fazendo uma cara de quem está com fome.
-Então vou te servir.

Ela comeu, e eu fiquei ali admirando aquela paisagem. Como eu queria que aquele sonho tivesse sido realidade. Mas não foi. E eu tnha que parar de pensar naquilo. 

Crush Crush -- parte 2

Ficamos ali conversando por um bom tempo. Trocamos telefones e e-mails Até que já ia dar 4 da manhã. E eu tive que me despedir. Ela insistiu em me levar ate a minha casa e eu aceitei, já que era tarde e é difícil encontrar um táxi confiável a essa hora. 


Então pagamos nossas contas e saímos da cafeteria. Atravessamos a rua, que durante o dia era bem movimentada, mas a esta hora era difícil ver algum veículo passar, e paramos ao lado de um belo carro. Não sei dizer qual era a marca, mas sei que era um esportivo. Ela fez a gentileza de abrir a porta do carona e eu entrei.
Ela ligou o rádio, numa estação que eu não conhecia, mas era agradável. Tocava umas musicas antigas, que davam sono. Abaixou um pouco o volume e começamos a conversar sobre qualquer coisa, até que começamos a falar de namorados.

-Então menina, você tem namorado ? - perguntou curiosa, porém olhando para a estrada com uma cara um pouco séria.
-Não, eu tenho mais o que fazer do que ficar namorando - respondi friamente ao me lembrar do meu ex namorado. E ela não pareceu gostar da resposta - mas e você ? Não namora ?
-Bom, eu estava noiva, a uma semana atrás. - respondeu sem expressões.
-E por que estava, e não está mais ?
-Porque peguei ele na cama com um homem. - eu paralisei ao ouvir essa resposta.
-Como ? Um homem ?
-É, um homem. Eu ia me casar com um gay.

Eu resolvi não falar mais nada, ela não parecia bem lembrando dessas coisas. Mas confesso que me desanimei quando ela disse noiva de um homem. E desanimei mais ainda quando ela falou que encontrou ele na cama com outro homem. Isso parece ter deixado ela um pouco homofóbica. E eu achando que tinha chances com ela.
Enfim, depois de alguns minutos chegamos a minha casa, nós duas saímos do carro. e nos encostamos nele. Eu estava com minha mochila nas costas e pronta para subir, mas ela segurou minha mão. E me puxou um pouco mais pra perto.

-Então menina, nos vemos de novo? - perguntou, com um jeito sedutor
-Érr, cla-claro ... - comecei a gaguejar. Eu senti o ar quente vindo da boca dela na minha boca. E foi uma sensação que fez meus joelhos tremerem.

Ficamos um tempo nos encarando. Ela me olhando, e um sorriso lindo criando naqueles lábios. Então resolvi tomar uma atitude.

-Você quer subir ? - perguntei meio tímida.
-Huuum, não quero atrapalhar.
-De jeito nenhum.
-Ok, então eu subo.

Subimos em silencio. Eu abri a porta do meu apartamento, acendi as luzes e a convidei.

-Não repara a bagunça. - falei um pouco envergonhada.
-Bagunça ? Que bagunça ? Isso aqui ta organizado até demais. - eu dei uma risadinha ao ouvir isso.

Levei-a até meu quarto e peguei roupas para eu tomar um banho e a deixei a vontade. Não demorei muito. Coloquei a roupa que eu tinha separado: uma blusa regata de algodão branca, e uma calcinha. É, eu não durmo de outro jeito. E sai, fui para o quarto e ela estava sentada na minha cama. Olhando pra mim, com os olhos brilhando. Eu me envergonhei e sentei na cama e me cobri com o cobertor.

-Posso tomar um banho também? - perguntou olhando pra minha blusa.
-Claro, vou separar uma roupa pra você. - ela sorriu e foi para o banheiro.

Eu peguei uma blusa parecida com a minha, e uma calça de moleton que eu não usava muito. Então voltei para a cama e esperei ela terminar. Também não demorou muito. Saiu enrolada na toalha e sem dizer nada, deixou-a cair. Eu fiquei de boca aberta. Um corpo lindo demais. Mas o meu sonho acabou quando ela colocou a roupa e sentou do meu lado.

-Então, o que vamos fazer ? - perguntou com segundas intenções. Eu não sabia o que responder. - bom, você parece estar cansada, melhor dormir mesmo né ? Onde eu vou dormir- eu respondi com uma cara cansada. Apaguei as luzes e me deitei ao lado dela. 
-Vai dormir comigo uai. - ao terminar de falar eu me virei e ela me abraçou por trás.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Crush Crush -- parte 1

É, já passam das duas da manhã eu eu ainda estou aqui, na minha cafeteria preferida, com os papeis, lápis e borracha. Você deve estar se perguntando quem sou eu. Eu sou a Mellany, tenho 17 anos, moro sozinha no Rio de Janeiro e trabalho com ilustrações de livros e quadrinhos. Não era isso que eu sonhava pra minha vida, mas desenhar sempre foi meu hobbie favorito. Mas eu só trabalho com isso porque tenho que me sustentar, já que meus pais não vão muito com minha cara, então compraram um apartamento pra mim, pra que eu sumisse da vida deles, mas tenho que me cuidar sozinha.
Mas enfim, eu estava lá na mesa, que praticamente já é reservada pra mim, pois sempre que vou lá, é naquele lugar que me concentro. De repente o garçom, que já me conhece pelo nome, deixou um cappuccino em cima da mesa e saiu sem dizer nada. No momento eu nem liguei, estava concentrada, teria que entregar as ilustrações logo, e não me vinha nada na cabeça. Então depois de um tempo resolvi tomar um gole daquele relaxante pra mim. Eu imaginava que seria uma tentativa do garçom, que aparentava ter mais ou menos 25 anos, de me agradar, ou algo assim. Mas não me importei. Peguei o cappuccino com chantilly e calda de chocolate, meu preferido, e tomei um longo gole. Só depois percebi que abaixo do copo havia um bilhete.

"Espero que eu tenha acertado na bebida, você parece um pouco estressada. Aproveite bem e boa noite."

Eu olhei a minha volta, e tinha várias pessoas suspeitas de ter me mandado a bebida. Havia o garçom, um homem, que começava a entrar na terceira idade e uma mulher jovem, e linda.
Bom, eu praticamente posso descartar a ideia da bela mulher, pois ela olhava para um jornal. Se fosse ela, pelo menos me daria um sinal, ou algo assim. Já o garçom e o homem olhavam pra mim, descaradamente. Então eu tive uma ideia. Eu responderia o bilhete.

"Muito obrigada pelo cappuccino, é o meu preferido. E eu realmente estou estressada, mas talvez uma boa companhia mudaria isso."

Chamei o garçom e pedi para que ele entregasse a pessoa que me mandou a bebida. Porém eu não fiquei olhando para a direção que ele foi, eu voltei ao meu trabalho, já com várias folhas amassadas. Eu olhei novamente, e percebi que o garçom já havia entregado o bilhete. Então esperei um pouco, e vi a linda mulher se levantar. Ela me olhava, e vinha em minha direção. Será que era ela ? Quem sabe ...
Então a mulher parou do meu lado e antes de ela falar alguma coisa, por frações de segundos, eu comparei nossos estilos. Ela: uma mulher, parecia ter seus 20 anos, linda, séria, usava uma roupa do tipo executiva, social; e eu: uma criança perto dela, com meu estilo moleca, um all star, calça jeans rasgada, uma regata e uma jaqueta velha e folgada, com o cabelo bagunçado. Duas pessoas completamente diferentes. E eu pensei isso tudo em menos de um segundo, até que ela me interrompeu com uma voz incrivelmente doce e sedutora.

-Bom, não sei se sou uma boa companhia, mas queria tentar mudar seu humor. Posso me sentar ? - perguntou ela, olhando para mim, com seus olhos verdes me seduzindo.
-Claro, eu adoraria sua companhia. - eu disse, quase gaguejando.

Então ela sentou-se a minha frente e me encarou por alguns segundos. Eu sabia que se eu falasse algo, só sairia merda da minha boca, então esperei que ela começasse.

-Então, Mellany, o garçom me disse seu nome, eu sou a Victoria. Você parece ser bem nova, quantos anos tem ?
-Tenho 17 anos, e você ?
-Tenho 22. E o que você faz nessa cafeteria a essa hora da madrugada, se não for intromissão minha ? - perguntou meio insegura, com medo de estar se intrometendo.
-Bom, eu gosto desse lugar, é calmo e tem uma boa aparencia, sem falar nos cappuccinos, e me ajuda na minha concentração. - ao terminar ela olhou os desenhos amassados e abriu um deles.
-Hum, são ótimos desenhos. Você vem aqui para desenhar ? - perguntou curiosa.
-É, eu trabalho com isso. Faço ilustrações de livros e HQ. - falei meio envergonhada.
-Nossa, você é bem nova pra trabalhar tão sério. - disse surpresa, olhando nos meus olhos.
-É, eu tenho que me virar. Mas e você, o que faz aqui tão tarde, ou tão cedo ?
-Bom, eu fui demitida, e não estava afim de ir pra casa agora. - disse abaixando os olhos.
-Nossa, sinto muito. Mas você trabalhava com o que ?
-Eu trabalhava com administração numa empresa chata ai ...
-Ah, sim.

Ficamos um tempo em silencio, sem assunto, apenas nos olhando. Eu pelo visto não desenharia mais ali, então resolvi guardar minhas coisas.

-Desculpe, eu estou te atrapalhando né. Melhor eu ...
-Não, não, de jeito nenhum. - a interrompi enquanto ela se desculpava.
-Mesmo ? - falou de um jeito fofo.
-Mesmo. - respondi sorrindo.

Ficamos ali conversando por um bom tempo. Trocamos telefones e e-mails Até que já ia dar 4 da manhã. E eu tive que me despedir. Ela insistiu em me levar ate a minha casa e eu aceitei, já que era tarde e é dificil encontrar um taxi confiavel a essa hora.